segunda-feira, 9 de maio de 2011

ASPECTOS ECONÔMICOS DO IDOSO

                Dirceu Ayres
A economia do envelhecimento é da maior importância. Crianças e adolescentes em geral dispõem de pouco dinheiro, mas a maior parte deste é destinada à aquisição de bens de consumo. Estes também têm grande impacto no modo como seus pais gastam seu dinheiro. Adultos jovens são considerados uma coorte muito valorizada pelo mercado. Estes em geral recebem seu próprio dinheiro e apresentam poucas responsabilidades, como crianças ou dividas. Em geral, estes ainda não têm hábitos de consumo fixos e estão mais abertos a novos produtos. Assim, em geral, os mais jovens constituem o alvo central das estratégias de marketing. A televisão é programada principalmente para atrair pessoas entre 15 e 35 anos de idade, e os filmes também são construídos em torno deste apelo. As pessoas de meia-idade e os idosos tendem a comprar menos e são tradicionalmente enxergados como possuindo hábitos de compra muito arraigados e estáveis, portando, estando menos abertos ao marketing. Idosos em geral tendem a possuir maior patrimônio, mas tendem a ser mais econômicos, estando assim mais abertos ao marketing de instituições financeiras do que ao mercado de consumo. É importante notar que isto reflete, nos países em desenvolvimento, o estado dos idosos das classes média e alta, enqunato que idosos oriundos das classes menos favorecidas podem não apresentar renda e depender de seus filhos, por exemplo. No Brasil, o fenômeno da pobreza e do desemprego tem levado, no entanto, a situações em que são os idosos aposentados ou pensionistas a sustentar seus descendentes desempregados. Finalmente, a diminuição da população jovem (e, portanto, da percentagem da população contribuidora dos sistemas de pensão e impostos) está projetando uma situação de queda na arrecadação dos sistemas previdenciários e aumento nos gastos (com aumento da parcela de aposentados), ameaçando um colapso dos sistemas previdenciários. Embora diferentes estratégias tenham sido propostas, esta é ainda uma questão aberta atualmente. Certas culturas se encontram diante de uma situação ou entendimento menos problemático do que o descrito acima, pela própria maneira como entendem o ser idoso: a idade avançada é vista como um estágio a ser atingido e o idoso, visto com respeito e status. Isto é particularmente mais comum nas culturas orientais. Um declínio constante em muitos processos cognitivos é visto ao longo da vida, particularmente a partir dos 30 anos de idade. A maioria das pesquisas tem se focalizado em memória e envelhecimento e tem-se verificado declínio em diferentes tipos de memória com o envelhecimento, mas não na memória semântica ou no conhecimento geral, como definições e vocabulário, os quais tipicamente aumentam ou mantêm-se estáveis. Dados os declínios físicos e cognitivos verificados no envelhecimento, um ponto interessante é que a experiência emocional melhora com o envelhecimento. Idosos são melhores em controlar as suas emoções e experimentam menos aspectos negativos das emoções do que quando jovens e mostram um efeito positivo de sua atenção na memorização. Estes efeitos foram demonstrados em estudos longitudinais, assim, não pode ser atribuído à sobrevivência maior dos indivíduos mais felizes. Não houve grandes mudanças na distribuição das populações entre 1990 e 2000. A percentagem da população idosa mundial aumentou ligeiramente neste período, de 9% para quase 10%. Este aumento foi maior nos países desenvolvidos, de 17,7% para 19,4%. A percentagem da população idosa é quase 3 vezes maior nestes países em relação aos países em desenvolvimento, que apresentam uma população idosa na casa dos 7,7%, refletindo as melhores condições de vida nos países mais ricos. Deve-se notar, no entanto, que, devido à maior população dos países em desenvolvimento, a maioria dos idosos hoje vive nos países em desenvolvimento, e a porcentagem dos idosos vivendo nestes países deverá ser de dois terços em 2025.

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