segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DEPENDÊNCIA MORAL

                 Dirceu Ayres
O vício, seja ele qual for, surge por causa de alterações psíquicas que o favorecem. Em estado de dependência psicológica ou dependência moral, o indivíduo sente um impulso irrefreável; precisa fazer uso das “drogas” para se sentir bem. A corrupção, por exemplo, é inegavelmente uma droga fortíssima para os que nela estão viciados. A dependência moral se manifesta numa insistência compulsiva ligada a diversas alterações do caráter e, conseqüentemente, do comportamento. O desejo se transforma em necessidade individual, sob a alegação de ser um bem destinado a terceiros. Requisitos Básicos da Dependência Moral 1 - Forte desejo ou compulsão para “consumir a substância”: mesmo sem necessidade, os viciados em malversação do dinheiro público não conseguem viver de forma decente e mais civilizada, dentro dos padrões morais. Por conviverem no meio de outros tão viciados quanto eles passam a ver a patifaria e a canalhice como coisas naturais ou até mesmo elogiáveis. 2 – Tolerância dos viciados: os dependentes morais perdem a capacidade de perceber seu vício. Doses cada vez maiores da “substância” são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas. Os políticos, no caso, chegam a perder a noção de limite. Atingem doses muito elevadas de roubalheira compulsiva e seu vício se torna muito evidente a todos que estão de fora. 3 - Abandono progressivo de outros prazeres são trocados pelo vício. No caso dos políticos, é evidente a troca do prazer que daria o orgulho pela dignidade, moralidade e a decência em troca da corrupção evidente. A dependência moral os leva a trocar a qualidade do caráter por um dinheiro sujo e um poder altamente discutível embora importante para os viciados. 4 - Persistência no uso da “ substância” (patifaria política) ocorre a despeito de ser evidenciado, tanto o vicio quanto suas conseqüências nocivas, tais como o desrespeito e a falta de crédito. NOTA: Existe também um tipo de 'dependência' que é natural e não tem nada a ver com vício e o tipo de dependência citada acima. É a que leva pessoas normais a dependerem do seu trabalho e de sua própria produtividade para o auto-sustento. Neste caso, existem viciados pelo trabalho, os chamados Work alcoholic, que provavelmente nem existem mais no nosso país, onde a vagabundagem está sendo cada vez mais estimulada por governantes que precisam de um povo absolutamente dependente financeiramente para facilitar sua dependênciasOHá vários tipos de dependência. Dependência física, psicológica, afetiva, dependência moral. Esta última é extremamente malévola, porque além de envolver o 'viciado' e quem está à sua volta, atinge todos os habitantes e o país em que vive o dependente. A malévola dependência moral é doença grave que atinge os políticos brasileiros. Neste caso, o medo de uma letal crise de abstinência, pode ser um dos maiores motivos para eles continuarem “no ramo”(pendurados) até o fim da vida, mesmo os que já chegaram aos oitenta anos. O afastamento da roubalheira talvez assuste muitos, pelo temor de um possível ataque de "delirium tremens" que todo o dinheiro roubado não poderia evitar. A casa da mãe Joana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário