domingo, 30 de outubro de 2011

Obras de arte têm efeito positivo em pacientes com Alzheimer

   Dirceu Ayres

Pesquisa mostra que contemplar a beleza artística pode reduzir em 20% a freqüência de alguns sintomas como ansiedade, apatia, irritabilidade e a agressividade ROMA - Contemplar obras de arte produz efeitos benéficos para os pacientes com Alzheimer, de acordo com um estudo realizado pelo Centro de Medicina do Envelhecimento da Universidade Católica de Roma, em conjunto com a Galeria Nacional de Arte Moderna, informou nesta sexta-feira, 14, o jornal romano "Il Messagero". Teste evidenciou uma notável redução do nível de estresse dos pacientes acompanhados A pesquisa envolveu 14 pacientes com grau leve a moderado da doença e comprovou que admirar a beleza das obras de arte pode reduzir em 20% a freqüência de alguns sintomas como ansiedade, apatia, irritabilidade e a agressividade dos que sofrem da doença. Os pacientes foram guiados pela pinacoteca, onde puderam observar detalhes das pinturas de Paolo Veronese, Domenico Morelli e Giuseppe de Nittis. Depois, foram submetidos a uma avaliação clínica e psicológica, segundo o jornal. "Os resultados comprovam que visitar museus pode frear os primeiros sintomas da doença", explicou Roberto Bernabei, diretor do Centro de Medicina do Envelhecimento. "Levar os pacientes a locais onde se mostra a beleza é também uma maneira de comunicar ao doente que ele não está segregado e que embora sua mente vacile, pode continuar sua vida", explica Bernabei. "O teste feito antes e depois da visita pela galeria evidenciou uma notável redução do nível de estresse, não só em quem está mal, mas também nos acompanhantes", explicou a geriatra Rossella Liperoti que ressaltou o fato dos efeitos se prolongarem por semanas. No entanto, não foi comprovada nenhuma influência das obras de arte no déficit cognitivo dos pacientes, afirma o jornal. Não é a primeira vez que a ciência procura demonstrar a influência positiva da arte em pessoas com algum tipo de doença. O Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma) tem um programa de visitas guiadas para incentivar a criatividade em pacientes com Alzheimer. Números mais recentes da Associação Mundial de Alzheimer contabilizam 40 milhões de doentes e a previsão é que crescimento de 50% até 2030. Inflamação nas células mais presentes no cérebro leva ao Alzheimer Pesquisa aponta papel crucial dos astrócitos no desenvolvimento da doença Madri - Uma equipe liderada por pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha descobriu que os astrócitos, as células mais presentes no cérebro, têm papel chave no desenvolvimento do mal de Alzheimer. Até agora se sabia que a inflamação do cérebro associada à doença se desencadeia pela ação das células microgliócitas, encarregadas da defesa do sistema nervoso central. Esta pesquisa determinou, no entanto, que os astrócitos, responsáveis pela sustentação e nutrição dos neurônios, interferem ativamente na formação do Alzheimer porque nele transcorre "uma fase essencial" do processo inflamatório. Por meio de técnicas de engenharia genética, os cientistas reproduziram a doença em ratos e observaram como ocorre a inflamação, um processo relacionado à produção de um tipo de proteína citotóxica - denominada citoquina -, que acaba sendo prejudicial para o cérebro no longo prazo. "Se não há inflamação nos astrócitos, a doença não se desenvolve", explica Ignacio Torres Alemán, pesquisador do CSIC do Instituto Cajal e diretor do estudo, publicado no último número da revista "Molecular Psychiatry". "Atualmente acredita-se que seu papel é mais importante e que incidem diretamente na função cerebral. Sua influência nas doenças neurodegenerativas está ganhando relevância. Nossas observações sustentam este papel central", diz o pesquisador. O trabalho abre caminho para desenvolver tratamentos que consigam atacar a doença, já que os especialistas confirmam a presença destes mesmos processos em cérebros humanos. "Os antiinflamatórios foram testados em doentes sem efeitos positivos. A razão não está clara, mas agora sabemos que os remédios devem lutar seletivamente contra a inflamação destas células", destaca Torres Alemán.

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