quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Saia já daí, Orlando Silva de Jesus Júnior! O duvidoso

                                                                 Dirceu Ayres
De um lado, crianças pobres em busca de lazer com atividades esportivas; de outro, espertalhões que se utilizam de convênios com o Ministério dos Esportes para desviar dinheiro público e abastecer campanhas de políticos ligados ao PC do B e em benefício próprio.A soma dos desvios ultrapassa os 40 milhões de reais, o que não é pouca coisa mesmo para os padrões brasileiros. A propina girava em torno dos 20%. Talvez, se o dinheiro fosse bem empregado, muitas das crianças que são seduzidas pelo dinheiro fácil do crime tomassem outra direção em suas vidas e se dedicassem a alguma modalidade esportiva. Quem sabe, não sairiam daí futuros campeões olímpicos. A gravidade da denúncia, divulgada no último fim de semana – e, possivelmente, outras que virão no decorrer dos próximos dias – coloca Orlando Silva em situação pra lá de desconfortável. A rigor, o ministro não tem a menor condição política de permanecer no cargo, em que pesem os diversos apoios que tem recebido dos parlamentares da base aliada e dos dirigentes do PC do B.Não é de hoje que o Ministério dos Esportes vem causando insatisfação na presidente Dilma Rousseff, que, desde sempre, não desejava Orlando Silva no seu gabinete. A insistência de Lula é que levou Dilma a manter o comunista na sua equipe.Além da antipatia pessoal que a presidente nutre por Silva, em conversas privadas Dilma não vê estatura política no seu ministro para gerenciar uma copa do mundo de futebol. Uma coisa, Silva está certo: o governador do Distrito Federal, ex-PC do B, quando ministro dos Esportes tinha conhecimento das bandalheiras. O rito de passagem de Orlando Silva para fora do governo está sendo seguido à risca: primeiro, a presidente torna público que o suspeito conta com o seu apoio; segundo, auxiliares da sua confiança passam a monitorar o ministério envolvido; terceiro, lideres dos partidos da base aliada saem em defesa do suspeito; quarto, com novas denúncias pipocando na mídia, o suspeito pede para sair do governo. Essa será a via crucis do ministro Orlando Silva até ser abandonado por aliados e pelo seu próprio partido, que já deve estar pensando no nome do seu substituto. Que fique bem claro: em política não existe presunção de inocência. E tem mais: tudo leva a crer, apesar do denunciante não ser alguém que se possa convidar para sentar à mesa de uma casa decente, que se Orlando Silva não praticou malfeitos foi, no mínimo, conivente com os ilícitos que circulavam pelo seu ministério em cumplicidade com ONGs pelo Brasil afora. Causa espécie - e aqui não há como desqualificar o denunciante- a compra de um terreno chinfrim, adquirido em Campinas (por que Campinas, ministro?), com um cheque administrativo que por si só não movimenta conta bancária.O que levou o ministro Orlando Silva a raspar sua poupança para adquirir um terreno que, em tese, não serviria para absolutamente nada. Ora, por esse terreno passará um duto da Petrobras que, para evitar riscos, deverá ser desapropriado. Como o ministro saberia disso? Coincidentemente, um camarada do partido do ministro dirige a agência reguladora do petróleo. Bingo! PS: Silva é o primeiro comunista que leva Jesus no nome e que apela a Deus quando ameaçado. Nilson Borges Filho é doutor em Direito, professor e articulista colaborador deste blog

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