sábado, 7 de janeiro de 2012

Quantas pessoas vão morrer em cheias e deslizamentos em 2012 porque o governo não cumpriu o que prometeu em 2011?

         
      Dirceu Ayres

Os brasileiros mal tiveram tempo de apagar da memória às cenas da tragédia que matou quase mil pessoas na Região Serrana do Rio de Janeiro, há um ano, e já revivem o drama de populações inteiras ilhadas e cidades debaixo d’água com as chuvas de verão. Como acontece todos os anos, os temporais trouxeram, a reboque, cheias dos rios, desabamentos de encostas, soterramentos de casas e mortes. Nestes primeiros dias de 2012, já há registro de mais de 40.000 pessoas desabrigadas ou desalojadas e quase uma centena de cidades em situação de emergência na Região Sudeste, uma das principais áreas afetadas todos os anos pelo fenômeno climático mais previsível do país. Até agora treze pessoas morreram. O rastro de destruição - por enquanto - não se compara ao do ano passado. Mas os meteorologistas avisam que este verão será de muita chuva. No dia 13 de janeiro de 2011, após sobrevoar o local da tragédia no Rio, a presidente Dilma Rousseff prometeu mais investimentos em prevenção. Um ano se passou e a promessa ficou perdida no atoleiro da burocracia e no uso político de recursos públicos que deveriam ter destino certo: as áreas de maior risco. Sabem o que dá cruzar bezerra com coelho? Um tipo de corrupto que mama muito e se reproduz como nenhum outro. Subordinada ao Ministério da Integração Nacional, a Codevasf foi loteada pelo ministro Fernando Bezerra. Há nove meses, o irmão dele preside interinamente a empresa. Sua ex-secretária de finanças na prefeitura de Petrolina, Lucivane Lima, é gerente-executiva. As superintendências da Codevasf nos Estados são todas indicações políticas e atendem aliados do partido de Bezerra, o PSB. O irmão do ministro Clementino Coelho estava na empresa desde o governo Lula e assumiu a presidência já com o irmão ministro, por ser o diretor mais antigo. Ontem, a Casa Civil divulgou nota na qual informa que há 50 dias o ministro indicou Guilherme Almeida, atual diretor de Revitalização de Bacias, para substituir o irmão, mas o governo aguarda entendimento sobre isso. A Folha apurou que a indicação não saiu por conta de uma disputa política entre PT, PMDB e PSB, que disputam o cargo. (Da Folha de São Paulo)

 
 
 

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